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Considerações na Contratação

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Projeto regulamenta divisão de receitas nos salões de beleza
Um projeto de lei que começou a tramitar na Câmara dos Deputados neste ano pretende oficializar uma prática histórica no setor de beleza: a divisão da receita de cada serviço entre profissionais autônomos com os proprietários do salão.
De autoria do deputado federal Ricardo Izar (PSD-SP), a proposta cria as figuras do "salão parceiro" e do "profissional parceiro".
Neste modelo, o profissional não é encarado como empregado, não tendo obrigação de cumprir horário.
Por outro lado, ele passaria a emitir nota fiscal sobre a parte do valor do serviço que efetivamente recebeu.
A medida vem, na prática, regulamentar algo que já é a realidade dos salões. Fabiana Basso, responsável pela área trabalhista do Nelm Advogados, diz que já há uma série de decisões judiciais apontando para o fato de que profissionais que atuam em salões por comissão não possuem vínculo empregatício.
Porém, para que este não seja configurado, é importante que a relação seja definida em contratos por escrito.
Paulo Roberto Bresciani, professor de administração em salão de beleza do Senac, diz que a prática de divisão pela metade do valor dos serviços vem, pelo menos, da década de 20, o que torna os costumes difíceis de serem alterados.
Segundo ele, é economicamente inviável para a maioria dessas empresas conciliar os valores de comissão e o registro profissional.
Marcio Roberto Onig, presidente do Pró-Beleza (sindicato que representa profissionais do setor) diz que a parceria entre salão e profissional é uma opção válida e, na prática, a mais comum -80% dos funcionários não têm registro em carteira.
Segundo ele, os profissionais devem poder escolher o contrato que melhor se adeque a suas expectativas profissionais e pessoais.
aluguel



Fernando Caldelari, 34, proprietário do Studio Barcelona, decidiu usar uma solução alternativa no espaço que abriu no início de 2013. O cabeleireiro optou por sublocar espaços para os demais profissionais.
"Além de não criar vínculo trabalhista, não tenho nenhuma preocupação com horário de entrada e de saída."
Dessa forma, os profissionais são os responsáveis pela organização da agenda e ficam com todo o ganho que tiverem com seus serviços.
O aluguel fica em torno de R$ 1.500 por mês para cada profissional.



Link do artigo original
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/09/1345108-projeto-regulamenta-divisao-de-receitas-nos-saloes-de-beleza.shtm





Novo projeto de lei propõe fim da obrigatoriedade da CLT nos salões de beleza O projeto aparece como alternativa para reduzir o alto índice de informalidade entre os profissionais da área

Do Correio Braziliense
Publicação: 16/09/2013 12:35
Nas últimas semanas, nos salões e nas barbearias, as conversas sobre a vida das celebridades e os capítulos da novela deram lugar à discussão a respeito do Projeto de Lei nº 5230, de 2013, que visa regulamentar o ramo dos profissionais de beleza no país. A proposta, apresentada à Comissão de Trabalho da Câmara em março deste ano, cria as figuras do “salão-parceiro” e do “profissional-parceiro”, extinguindo a obrigatoriedade de contratação pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A partir dessa medida, sairiam de cena os papéis de empregado e empregador, vigorando, então, um sistema colaborativo, sem a existência do patrão. Mesmo gerando opiniões divergentes, o projeto aparece como alternativa para reduzir o alto índice de informalidade entre os profissionais da área.

“O projeto traz liberdade para o profissional. Não exclui direitos, mas amplia as opções de escolha”, afirma o autor do projeto, o deputado Ricardo Izar (PSD-SP). Durante audiência pública promovida na Câmara no fim de agosto, Izar argumentou que as obrigações da CLT geram problemas no setor e levam à informalidade. “Um cabeleireiro, por exemplo, dificilmente possui jornada fixa e, muitas vezes, atende em mais de um local. Com a CLT, isso se torna impossível e, para não perder dinheiro, ele opta por se manter informal”, exemplifica. O deputado defende que a opção contratual, com rescisão mínima de 30 dias, equilibra as responsabilidades entre trabalhador e empresário, além de legalizar os acordos feitos durante a contratação. O parlamentar ressalta também que o projeto não exclui a opção de contratação tradicional, com carteira assinada.

Menos burocracia

Para Marcelo Chiodo, presidente do Sindicato dos Salões de Barbearia, Cabeleireiros, Institutos de Beleza e Similares do Rio Grande do Sul (Sinca), que estava entre os representantes da categoria na audiência, a pauta clareia as regras da profissão e reduz os embates trabalhistas na Justiça. Segundo ele, a ideia também é muito bem-vista entre os profissionais de beleza gaúchos, que são, em sua maioria, autônomos, de acordo com pesquisa feita pelo Sinca. Chiodo explica que a CLT restringe a entrada de novos trabalhadores no mercado, torna a rotina inflexível e reduz os ganhos salariais. “Todo cabeleireiro começa atendendo poucas pessoas. À medida que ganha confiança e clientela, ele amplia seu horário de trabalho. Por isso, é necessário um modelo de contratação que entenda as necessidades de uma carga horária maleável”, pontua.

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Exemplo disso é Sandra Maria da Silva, 37 anos, cabeleireira há mais de nove anos. Ela passou por seis salões ao longo da carreira e conta que nunca trabalhou registrada. A profissional explica que recebe por comissão e acredita que esse modelo estimula o trabalho. “A carteira assinada passa segurança, mas a comissão faz a gente render mais. Eu me sinto mais estimulada sabendo que recebo de acordo com o meu volume de trabalho”, opina. Questionada sobre os riscos da profissão, que não raramente provoca dores musculares e lesões no corpo, Sandra esclarece que contribui individualmente para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). “Mesmo sem registro, procuro pagar a previdência por conta própria. O contrato informal com o salão não me impede de ter essa garantia”, explica.
 
Sandra Maria da Silva, 37 anos, cabeleireira há mais de nove anos, passou por seis salões ao longo da carreira e conta que nunca trabalhou registrada


Risco à vista

No entanto, a proposta preocupa outros representantes da categoria. Elaine Furtado, presidente do Sindicato de Salões de Beleza, Profissionais Autônomos na Área de Beleza e Institutos de Beleza do DF (Sincaab-DF), por exemplo, afirma que proposta traz diversos benefícios, mas requer atenção. “Para nós, donos de empreendimentos, o projeto é bastante benéfico, principalmente em relação à tributação, que passará a ser dividida de acordo com os ganhos individuais de cada uma das partes. Contudo, é impossível não perceber pontos que podem ser preocupantes para a rotina do profissional”, opina. Elaine, que tem acompanhado de perto os debates sobre o tema, acredita que é necessario mais equilíbrio no projeto, contemplando as reivindicações dos empresários, mas sem desamparar os trabalhadores do ramo.

Rogério José Cardoso, presidente da Federação dos Empregados em Turismo e Hospitalidade de São Paulo (Fethesp), teme que o projeto torne a mão de obra no setor mais precária. Para ele, o contrato simples desestimulará o registro dos profissionais em carteira, por causa do custo dessa formalização. De acordo com Cardoso, é preciso, sim, regulamentar a área, mas por meio de uma legislação que proteja o trabalhador. “Da maneira como está sendo apresentado, o projeto não pode ser aprovado. Compreendemos que nossos profissionais possuem uma rotina diferenciada e, justamente por isso, é necessário levar à frente uma discussão mais longa, que venha a criar uma legislação sem perdas para o trabalhador e que de fato traga liberdade a ele”, explica Cardoso.

Graças a essa liberdade, Magnólia Lima, 39 anos, teve a oportunidade de se formalizar. Com dez anos de profissão, a manicure trabalha com carteira assinada em um dos salões da rede Lord e diz não ter perdido muito do salário. “Mesmo com os encargos da carteira, meu lucro no fim do mês se manteve praticamente o mesmo. De toda forma, prefiro a segurança que a formalidade me dá a uma comissão um pouco mais alta”, conta.
Já Rildo Lemos, 30 anos, que trabalha há mais de uma década como barbeiro, conta ter passado maus momentos devido à falta de registro. “Sempre fui imediatista, e preferi ganhar mais comissão a ter carteira assinada. Mas, certa vez, com fortes dores no braço, fiquei sem trabalhar por cinco meses e, durante todo esse período, tive que arcar com os custos do tratamento, sem nenhum tipo de auxílio”, detalha. Por causa da experiência negativa, Rildo decidiu abrir o próprio negócio e diz ser contra o projeto de lei do deputado paulista. “O trabalhador deve ter sempre os direitos ampliados. Para mim, qualquer ideia que coloque isso em risco não é válida”, opina. Atualmente ele é dono de uma barbearia com quatro funcionários, todos contratados pela CLT.
Antes de seguir para votação em plenário, o projeto de lei passará ainda pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

O que diz a lei
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Trabalhadores admitem ter nível elevado de estresse Para não fazer feio no escritório É coisa nossa
Hoje, para que um estabelecimento se enquadre na lei, todos os trabalhadores devem ser contratados com carteira assinada, obedecendo à legislação da CLT. Dessa forma, além do pagamento pelas horas fixas de trabalho, o empregado recebe benefícios como contribuição para a Previdência Social — que garante auxílio em caso de doença ou gravidez, por exemplo — e vale-transporte. Se aprovado, o projeto do deputado Ricardo Izar extinguirá essa obrigatoriedade para os salões de beleza, tornando legais as relações de serviço firmadas por contrato simples, ou seja, a partir da aprovação da proposta, salões e profissionais poderão firmar vínculo mediante ato escrito, perante duas testemunhas. Outra mudança prevista é o modo de tributação sobre os rendimentos obtidos pelos serviços prestados. De acordo com o novo regime, salões e trabalhadores passariam a pagar impostos sobre o valor que recebem. Hoje, apenas os donos são tarifados.

Link do artigo original

http://www.admite-se.com.br/app/503,10/2013/09/16/interna_naempresa,7794/novo-projeto-de-lei-propoe-fim-da-obrigatoriedade-da-clt-nos-saloes-de-beleza.shtml



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